Na última postagem feita pelo meu amigo João Ramalho no seu blog, colocava ele uma questão pertinente:
Tendo em conta que alguns instrutores se dedicam única e exclusivamente à competição, negligenciando o treino de Kata tradicional (o termo é para diferenciar apenas do shitei kata) e alguns outros componentes do treino, como é que se processariam os exames de graduação a estes karatekas?
A questão além de pertinente, é um alerta, a meu ver, para aqueles que "vivem e respiram" competição. Estes treinadores tem todo o mérito por serem formadores de karatekas de competição, alguns com grande sucesso, mas que são apenas competidores a partir da altura em que o seu treino se resume a isso. Compreendo que os treinos de competição sejam bastante absorventes deixando pouco tempo livre para treinar o karate tradicional, mas isso é um problema a resolver, a meu ver, pelo treinador. Agora, fazer um exame de graduação a dois karatekas - um que faz o treino total de karate com todos os seus componentes e outro que apenas faz kumite de competição - e atribuir uma graduação igual, não concordo. O Karate não se "vende às fatias", é um todo. É uma disciplina que envolve muitos conceitos e muitas vertentes que se interligam. É uma disciplina que requer o envolvimento total do karateka na aquisição de novas técnicas e no aperfeiçoamento das já adquiridas. O arsenal técnico do karate "completo" promove a multi-adaptação a várias situações de combate que não se revêm só na competição, na minha modesta opinião. Promover dois sistemas de graduação é dividir o karaté em dois. Então o que fazer? Na minha opinião, o programa de exames deve ser único e intocável. Se o karateka deseja fazer competição, que o faça mas sem prejuízo do seu treino dito tradicional, com todas as componentes que o constituem e que participe num exame de graduação onde lhe seja exigido tudo o que faz parte do programa de avaliação.
Opinião pessoal, nada mais...
Opinião pessoal, nada mais...