sábado, 21 de julho de 2012

Balanço final...

Mais uma época que está a terminar. Entramos em período de férias, para carregar baterias e iniciar os preparativos para a nova época. 
Esta foi uma época particularmente desgastante para mim. Conciliar a gestão das aulas com a gestão do meu tempo disponível foi muito difícil. Alguma turbulência a nível profissional deixou-me exausto o que me fez recorrer à reserva de energias para poder continuar. 
Isto de ter um horário profissional irregular obriga-nos a fazer muita "ginástica" para poder gerir o Dojo. Estágios, competições e eventos formativos são muito úteis e gratificantes mas exigem muito de nós. A crise económica que estamos a atravessar teve e tem ainda grande impacto na nossa vida desportiva. Quer queiramos quer não, condiciona a vida de todos. Implica sacrifícios de ordem profissional que vão colidir com a harmonia do trabalho de Dojo, que por sua vez, sai afectado por isso.  
Felizmente tenho tido todo o apoio dos yudanshas do Real que estão sempre prontos a ajudar mas que, também eles, são afectados pela conjuntura.

A Kaizen esteve muito bem nesta época (aliás como vem sendo costume), proporcionando formação técnica de grande qualidade aos seus associados. É imperativo que se reconheça o esforço que tem sido feito, tanto em recursos financeiros como humanos. Os estágios são uma peça fundamental na formação de qualquer karateka. Treinar unicamente no seu Dojo é manifestamente insuficiente. Necessitamos saber o que se faz e como se faz, fora de portas. Interagir com outras escolas e outras Associações. Perceber porque se faz de forma diferente nas outras escolas. Tivemos há pouco tempo um grande Estágio onde tivemos a rara oportunidade de treinar com dois grandes mestres de Goju-ryu. Participar num Estágio tem dois grandes objectivos: Aperfeiçoar o nosso karate e apoiar a organização. Ultimamente tem-se vindo a verificar a pouca importância dada aos estágios. Alguns alunos pensam que é suficiente treinar no seu Dojo. É errado! Todos nós convivemos diariamente com a nossa família mas isso não impede que se conviva com outras pessoas amigas e conhecidas. Questionar só é possível conhecendo várias formas de treino. As associações não são imunes à crise e sobrevivem com o apoio dos seus associados. Trazer um grande mestre para proporcionar um estágio é dispendioso e consome muitos recursos humanos. Se estas iniciativas não tiverem resposta positiva não é possível mantê-las.
Durante toda a minha vida de karateka tive de pagar (e em alguns casos, muito bem) a minha formação. Isso nunca me causou nenhum constrangimento porque tenho tido a correspondente compensação. Os valores essenciais para a vida sempre se regularam por essas regras. Nos anos 80, quando comecei a treinar, quando se sabia que ia haver um Estágio, toda a gente se mobilizava e a participação era maciça. Pagava-se mas tinha-se! Qual foi o resultado? Toda uma geração com excelente formação técnica - a grande maioria agora a ensinar aquilo que aprendeu, formando magníficos karatekas. Mesmo aqueles que não estão a dar aulas ajudam contribuindo com a sabedoria adquirida ao longo de muitos anos, com sacrifício pessoal e económico. Na década de 80 poucos tinham carro mas faziam-se 300 Km para se poder treinar num Estágio no Porto - hoje, a maioria torce o nariz para se deslocar 20 ou 30 km para a margem sul ou da margem sul para cá. A informção dos Estágios era veiculada pelo correio e às vezes, em cima da hora - e nós lá íamos - agora temos a Internet - e mesmo assim o pessoal aparece pouco. Esta mentalidade tem de mudar porque não é mentalidade de karateka... e começa pelos instrutores que têm o dever de alertar para a importância destes eventos.
Tivemos um Campeonato da Kaizen que foi um êxito. Tivemos um Gasshuku que foi excepcional. Treinámos com mestres de grande qualidade: Arnold de Beer, James Rousseau, Ryoichi Onaga, José Campos, Kevin Nason, Aivaras Engelaitis, etc. - só quem participa sabe dar o valor a esta catadupa de informação técnica...
Precisamos de rever as nossas prioridades e ensinar os nossos jovens karatekas quais devem ser as deles...
Finalizando esta já longa dissertação - estou a entrar em modo de "hibernação". Acabado o mês de Julho vou mesmo parar durante o mês de Agosto. Os meus 53 anos de idade exigem-no, e a minha "nova" netinha requer as minhas atenções. No final de Julho, vou-me "encostar" a dar largas à minha condição genética de alentejano.
A todos os meus amigos e colegas de "arte", desejo umas boas férias! 
Afinal isto não quer dizer que vou parar... vou apenas encostar e estacionar... sem desligar o motor...

BOAS FÉRIAS A TODOS!!!


3 comentários:

  1. Boas férias e curte o novo rebento.
    abraço.

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  2. Boas férias, eu devido a trabalho tem sido difícil ir ao treino, prometo que farei os possíveis para ir treinar na próxima época.

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