domingo, 2 de setembro de 2012

Nova Época

Começou uma nova época. Setembro marca o início dos treinos (para aqueles que acabaram as suas férias, claro) e é necessário preparar e organizar os treinos. 
Já tive oportunidade de organizar o plano de treinos para esta época (vantagem de não haver dinheiro para ir passar férias fora) e estou entusiasmado com o inicio dos trabalhos.
Este ano está a ser difícil, com algumas desistências por razões de carácter económico, fruto de uma crise que a todos afecta. É pena as pessoas terem de deixar de fazer algo que gostam por razões desse tipo, mas é a realidade. 
Amanhã lá estaremos para dar inicio a uma época de (espero) bons treinos e bom convívio com aqueles amigos que já consideramos família - se pensarmos bem, se calhar estamos mais tempo juntos do que com  a família. 

Espero-os a todos com ânimo para começar a trabalhar.  

domingo, 26 de agosto de 2012

O "nosso" Cérebro...

Pesquisando artigos sobre a nossa nobre arte, descobri este trabalho que explica algumas diferenças entre o cérebro do karateka e o de outro indivíduo.
É interessante referir que se trata de um estudo médico envolvendo tencologias de análise do funcionamento do cérebro e que tirou conclusões curiosas - o envolvimento de todo o corpo na execução de um simples soco que produz resultados eficazes tem origens cerebrais diferentes de praticantes de outros desportos.
 
Vale a pena ler...
 

sábado, 25 de agosto de 2012

Um treininho de cintos negros...

Na passada quinta feira foi feito um "comunicado oficial" da secção de karate do Real Sport Clube.
Esse comunicado convidava os Cintos Negros (os karatekas, não os cintos...) para um treino-convívio a realizar no Ginásio Clube da Amadora, juntamente com o Sensei João Ramalho (GNR+Kyusho) e os seus alunos.
Lá aparecemos e, entre trocas de opiniões sobre formas técnicas da Kata Seipai (que eu dei) e a Bunkai da Gekisai  " À la Taira" o tempo foi passando até que as 11 da noite se aproximavam.
Acabámos o treino e resolvemos ir beber uma "jolas" e comer qualquer coisa. Destino: Cervejaria Chafariz no Bairro do Bosque (que me traz algumas recordações, embora desfocadas por causa da cerveja que lá emborquei na minha irrequieta juventude).
De petisco, o tradicional pica-pau (este sabia um pouco a caril, não sei porquê, mas estava bom). A cervejinha bem gelada em dose certa (Imperial) escorregou pelo mesmo canal de onde sai o kiai, preparando-o para o próximo treino.
Quase à uma da manhã, saímos da cervejaria porque o Jorge Peixoto já nem abria os olhos e, de vez em quando, entrava em meditação acordado sempre pelo matraquear do João Ramalho que não se calava com a lição de História do Goju-Ryu onde teimava incluir-nos (porra, não somos assim tão velhos!). Só faltou dizer que tinha sido aluno directo do Sensei Miyagi numa altura em que ele tinha passado pela GNR e que eu era o gajo que varria o Dojo (O Peixoto preparava o chá)...
Balanço final (mas devagarinho por causa da cerveja), foi um bocado bem passado na companhia animada de grandes e bons amigos...
A repetir... mas não para já....
 
(O Carlos Ferreira escapou-se da parte final (a cerveja) pelo que deve ser o unico a lembrar-se do treino...

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Regresso aos Treinos.

Quase a terminar o merecido período de férias (para alguns) é tempo de recomeçar a queimar as calorias adquiridas e a "exorcizar" os efeitos da cerveja fresca.
Nada melhor do que umas boas sessões de Goju-Ryu onde o suor se mistura com a boa disposição.

No início de Setembro lá estaremos. Apareçam!!

Aos que ainda estarão de férias nessa altura, descansem bem que lá esperamos por vocês.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O fim das "Shitei Kata"?


Segundo este artigo, as "Shitei Katas" vão acabar. A forma standardizada de fazer uma kata vai finalmente, deixar de existir. 
Não sou (corro o risco de ser "chatamente" repetitivo) aficionado da competição. Nunca fui e, provavelmente nunca serei. Por razões diversas e que colidem todas com a ideia que eu tenho do karate. Pouco participava em competições mas desde que se inventou essa "anormalidade" a que resolveram chamar Shitei Kata, menos vontade tinha de lá pôr os meus alunos. As Shitei kata são, na minha modesta opinião, uma castração completa. A forma de desempenhar uma kata tem o cunho da sua escola e é assim que tem de ser. A competição é uma efémera fase da vida do karateka e não faz qualquer sentido produzir marcas "negativas" na sua carreira. Ao ter de executar as katas de forma diferente está a "dividir" a aprendizagem dessas katas criando-lhe alguma confusão.
Não sei qual foi a razão da retirada da Shitei Kata da  competição mas... se assim for, concordo.

Se uma kata for executada demonstrando poder, bom enbusen, kime e vigor, qual é o problema se for ligeiramente diferente de outra escola? 

Mas esta é apenas a opinião deste vosso humilde "blogger".

sábado, 28 de julho de 2012

A sucessão...

Foi com algum espanto, confesso, que tomei conhecimento, há dias, da nomeação do Sensei Tetsuji Nakamura para sucessor do Sensei Morio Higaonna como instrutor chefe mundial da IOGKF. Esta decisão foi comunicada em reunião de instrutores no World Budosai em Okinawa.
Tive o prazer de privar  com o Sensei Nakamura em Okinawa em 2004, e foi fácil perceber que a organização do World Budosai assentava quase integralmente nas suas costas. Pessoa de grande dinâmica e conhecimento, o Sensei Nakamura era, claramente, o "braço direito" do Sensei Higaonna.
Era a sucessão mais justa e natural, a meu ver. O meu espanto reside na "aceitação" por parte de alguns instrutores chefes de alguns países. Neste momento, pelo simples facto do Sensei Higaonna se encontrar ainda vivo, acredito ser pacífica e sem grandes sobressaltos, esta nomeação. No entanto, conhecendo alguns dos senhores que orbitam as cúpulas da IOGKF, não acredito neste "pacifimismo", logo que o Sensei Higaonna se retire do mundo dos vivos. Basta ler as mensagens de felicitações a Nakamura... algumas calorosas e entusiasmadas, outras frias e protocolares. 
Num "mundo" onde 7.os e 8.os Dan´s exibem credenciais e assumem lideranças, a nomeação de um 6º Dan para Instrutor-chefe mundial não deve ser "sapo de boa digestão".
A IOGKF é uma instituição de prestígio, inegável, com representação estável e sólida no Goju-Ryu mundial, mas com uma dimensão onde se denotam algumas "guerras de poder" (aliás comuns a todas as organizações mas com uma dimensão diferente), e sempre se perceberam "grupos" de influência que, por trás da organização em si, ditavam os destinos desta. Percebi mais este estado de coisas no ultimo estágio europeu em que participei (La Manga - Espanha), onde as organizações dentro da organização eram evidentes. Não é "pecado" nenhum desde que se aceite a situação e se consiga conviver  com ela.
A sucessão de Higaonna é assim entregue por este, a um oriental (também para não "contaminar" as raízes), claramente, a meu ver, numa ânsia de manter a "política" o mais afastada possível da essência da arte. 
A IOGKF é uma grande organização. Tem deixado a sua marca profunda no panorama do karate mundial sendo uma referência no Goju-Ryu. O seu grande crescimento e poder "obrigou" à criação de grupos de instrutores que procuravam (e procuram), no meu entendimento, um lugar de destaque onde as suas influências sejam impostas. Não acredito que esta nomeação de Nakamura seja do agrado destes grupos. Ela vai ser aceite (aliás já teve de ser) porque Higaonna ainda decide... logo que este estado se altere, não acredito que a "solidez" da IOGKF se mantenha. Será que estou errado? 

sábado, 21 de julho de 2012

Balanço final...

Mais uma época que está a terminar. Entramos em período de férias, para carregar baterias e iniciar os preparativos para a nova época. 
Esta foi uma época particularmente desgastante para mim. Conciliar a gestão das aulas com a gestão do meu tempo disponível foi muito difícil. Alguma turbulência a nível profissional deixou-me exausto o que me fez recorrer à reserva de energias para poder continuar. 
Isto de ter um horário profissional irregular obriga-nos a fazer muita "ginástica" para poder gerir o Dojo. Estágios, competições e eventos formativos são muito úteis e gratificantes mas exigem muito de nós. A crise económica que estamos a atravessar teve e tem ainda grande impacto na nossa vida desportiva. Quer queiramos quer não, condiciona a vida de todos. Implica sacrifícios de ordem profissional que vão colidir com a harmonia do trabalho de Dojo, que por sua vez, sai afectado por isso.  
Felizmente tenho tido todo o apoio dos yudanshas do Real que estão sempre prontos a ajudar mas que, também eles, são afectados pela conjuntura.

A Kaizen esteve muito bem nesta época (aliás como vem sendo costume), proporcionando formação técnica de grande qualidade aos seus associados. É imperativo que se reconheça o esforço que tem sido feito, tanto em recursos financeiros como humanos. Os estágios são uma peça fundamental na formação de qualquer karateka. Treinar unicamente no seu Dojo é manifestamente insuficiente. Necessitamos saber o que se faz e como se faz, fora de portas. Interagir com outras escolas e outras Associações. Perceber porque se faz de forma diferente nas outras escolas. Tivemos há pouco tempo um grande Estágio onde tivemos a rara oportunidade de treinar com dois grandes mestres de Goju-ryu. Participar num Estágio tem dois grandes objectivos: Aperfeiçoar o nosso karate e apoiar a organização. Ultimamente tem-se vindo a verificar a pouca importância dada aos estágios. Alguns alunos pensam que é suficiente treinar no seu Dojo. É errado! Todos nós convivemos diariamente com a nossa família mas isso não impede que se conviva com outras pessoas amigas e conhecidas. Questionar só é possível conhecendo várias formas de treino. As associações não são imunes à crise e sobrevivem com o apoio dos seus associados. Trazer um grande mestre para proporcionar um estágio é dispendioso e consome muitos recursos humanos. Se estas iniciativas não tiverem resposta positiva não é possível mantê-las.
Durante toda a minha vida de karateka tive de pagar (e em alguns casos, muito bem) a minha formação. Isso nunca me causou nenhum constrangimento porque tenho tido a correspondente compensação. Os valores essenciais para a vida sempre se regularam por essas regras. Nos anos 80, quando comecei a treinar, quando se sabia que ia haver um Estágio, toda a gente se mobilizava e a participação era maciça. Pagava-se mas tinha-se! Qual foi o resultado? Toda uma geração com excelente formação técnica - a grande maioria agora a ensinar aquilo que aprendeu, formando magníficos karatekas. Mesmo aqueles que não estão a dar aulas ajudam contribuindo com a sabedoria adquirida ao longo de muitos anos, com sacrifício pessoal e económico. Na década de 80 poucos tinham carro mas faziam-se 300 Km para se poder treinar num Estágio no Porto - hoje, a maioria torce o nariz para se deslocar 20 ou 30 km para a margem sul ou da margem sul para cá. A informção dos Estágios era veiculada pelo correio e às vezes, em cima da hora - e nós lá íamos - agora temos a Internet - e mesmo assim o pessoal aparece pouco. Esta mentalidade tem de mudar porque não é mentalidade de karateka... e começa pelos instrutores que têm o dever de alertar para a importância destes eventos.
Tivemos um Campeonato da Kaizen que foi um êxito. Tivemos um Gasshuku que foi excepcional. Treinámos com mestres de grande qualidade: Arnold de Beer, James Rousseau, Ryoichi Onaga, José Campos, Kevin Nason, Aivaras Engelaitis, etc. - só quem participa sabe dar o valor a esta catadupa de informação técnica...
Precisamos de rever as nossas prioridades e ensinar os nossos jovens karatekas quais devem ser as deles...
Finalizando esta já longa dissertação - estou a entrar em modo de "hibernação". Acabado o mês de Julho vou mesmo parar durante o mês de Agosto. Os meus 53 anos de idade exigem-no, e a minha "nova" netinha requer as minhas atenções. No final de Julho, vou-me "encostar" a dar largas à minha condição genética de alentejano.
A todos os meus amigos e colegas de "arte", desejo umas boas férias! 
Afinal isto não quer dizer que vou parar... vou apenas encostar e estacionar... sem desligar o motor...

BOAS FÉRIAS A TODOS!!!


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Os genes do Alentejo...

Pois é, segundo parece, o nascimento da minha neta Lara está a ter algum "delay". É assim: A miúda não tinha "dado a volta" (ou seja, apontado para a saída...) então previu-se uma cesariana. Afinal, no ultimo momento, a garota resolveu (segundo parece mas sujeito a confirmação hoje) começar a dar a dita "volta". 
Isto é, sem sombra de dúvida, o gene "Ramalho" que, chamando a si a condição de "sulista" (vulgo alentejano), resolveu deixar para o fim os preparativos para um parto chamado "normal". Isto é a nossa "imagem de marca". 
Suspensa a cesariana, ainda hoje esperamos pelo veredicto médico. Até lá, vamos aguardando. A miúda começa já a ser caprichosa... 
Como nota final deste breve relato, acrescento que estou muito grato à mãe Natureza ter deixado a cargo das mulheres a entrega dos rebentos ao mundo. Há dias tive uma dor de cabeça e já me apetecia atirar de um penhasco, imagino se tivesse as entranhas ocupadas por um ser desejoso de sair, sabe-se lá se à bruta... Fico a pensar no filme "Alien - o 8º passageiro" e até me arrepio.
Por esse motivo rendo aqui uma sincera homenagem a todas as mulheres (mães ou futuras mães) pelo seu excelente desempenho nessa tarefa, provada com o aumento populacional do   Planeta Azul. Se fossemos nós, homens, a espécie já se tinha extinguido...
Porra, que aquilo deve doer!...

terça-feira, 10 de julho de 2012

Um karateka de coração...

De tempos a tempos o destino traz ao nosso convívio pessoas que nos marcam. Pessoas que nos deixam uma marca de amizade profunda e admiração pela sua lealdade. Uma dessas pessoas é o Carlos Ferreira, neste momento o único Nidan do Real.
O Carlos é hoje, uma pessoa diferente daquela que um dia entrou para a nossa classe. A meu ver, diferente para melhor. Entrou para a classe "empurrado" pelo André Mira, seu afilhado, que treinava comigo, criança de tenra idade. 
Ao longo dos anos o Carlos Ferreira "entrou" no espírito do Karaté e fê-lo de uma forma que me surpreendeu, dedicando toda a sua energia à prática com devoção e sempre, mas sempre, uma humildade extraordinária.
É hoje, sem qualquer sombra de dúvida, um dos graduados em que mais me apoio pela sua disponibilidade em ajudar e o gosto com que o faz.
O Carlos Ferreira é o símbolo da honestidade, da dedicação ao treino e da constante procura da perfeição. É hoje um excelente karateka, admirado e respeitado por todos e inegavelmente merecedor dessa admiração.
É para mim, mais do que um aluno, é um amigo daqueles que conservamos num lugar especial.
Costumo dizer sempre que sou afortunado pela classe exemplar que tenho o privilégio de dirigir, onde jovens e menos jovens criam um ambiente fabuloso onde ninguém "mostra os galões" e onde todos se entre ajudam.
É por este motivo que me sinto honrado por ter comigo excelentes pessoas com as quais me identifico e que respeito muito.

O Carlos é uma daquelas pessoas que deixam a sua marca no Goju-Ryu do Real e da Kaizen. 
Sinto-me privilegiado por poder contar com a sua amizade, dedicação e paixão pelo nosso Karate.

Allways, but allways... begginers mind!

sábado, 7 de julho de 2012

Dedicação....


André Mira, João Saúde e João Fróis - estes são três dos "putos" do Real. Iniciaram-se no Karate comigo no Real ainda crianças e...cresceram. Cresceram mas nunca deixaram de se dedicar ao treino. Assíduos e muito empenhados sempre. Humildes e respeitadores, estes rapazes são admirados por todos pela sua verdadeira dedicação ao nosso (deles) Karate.
Para mim é muito gratificante ter karatekas como estes na minha classe e sinto-me orgulhoso das suas aptidões. Quero acreditar que tenho contribuído, juntamente com todos os nossos karatekas, para a sua formação excelente como karatekas e como seres humanos de excepcional carácter.
Esta foto foi tirado numa sessão fotográfica a que se sujeitaram e está, a meu ver, excelente.

Este é, sem dúvida, o nosso futuro....

domingo, 24 de junho de 2012

Gasshuku Kaizen -Senseis Arnold de Beer e José Campos

III Gasshuku Kaizen. Realizado neste fim de semana na Torre da Marinha. Orientadores: Sensei Arnold de Beer - 8º Dan Goju-Ryu e Sensei José Campos - 7º Dan Goju Ryu (JIP).
O primeiro eu já conhecia e admirava pelo seu grau de conhecimentos e pela "proximidade" do seu karate com o meu. O segundo era, para mim, uma surpresa - já o conhecia e bem, de nome, mas nunca tinha tido o prazer de treinar sob a sua supervisão. Foi uma agradável surpresa. O Sensei Campos é, de facto, um grande mestre. Comunicador e conhecedor do Goju-Ryu na sua essência, o Sensei Campos foi, para mim, uma revelação. As abordagens dos dois técnicos diferem em alguns pormenores mas não é isso mesmo o karate? Abordagens e interpretações diferentes que conduzem a adaptações produzindo novos conceitos.
Por ter tido outro compromisso não pude participar no Domingo, mas os dois dias em que participei, foram muito bons. 
Tive a oportunidade de treinar com dois amigos - Sensei Gualter e Sensei Carlos Pereira do Shito-Ryu. Tivemos a oportunidade de trocar ideias e "dissecar" as técnicas aprendidas. 
A organização teve o cunho especial do Sensei Marco Cruz que nunca se poupa a esforeços para dar um ar "profissional" à coisa. Desde os diplomas aos crachás de acesso tudo foi feito com profissionalismo, algo a que o Marco já nos habituou. Aproveito aqui para realçar duas pessoas que têm feito a Kaizen funcionar bem - João Ramalho (o nosso presidente) e Marco Cruz. Estes dois karatekas são peças fundamentais para o bom funcionamento da Associação. Embora por vezes discordem de alguns pontos, o que é bom num certo sentido, acabam por se harmonizar nas alturas próprias e fazer com que eventos deste porte sejam um sucesso. A eles rendo aqui a minha admiração. É claro que outros instrutores contribuem com o seu trabalho também e não pretendo minimizar aqui o seu esforço, apenas realçar dois grandes impulsionadores da Kaizen. Sem eles seria muito difícil conseguir estes resultados.
Resumindo, este foi um grande estágio - para todos - a simpatia, a cordialidade, a alegria de rever velhos amigos e poder treinar com eles foi, sem dúvida, fenomenal. Não posso deixar de referir aqui a presença dos meus amigos do Norte, Moreira e César que vieram "cá abaixo" treinar connosco, o que é sempre um prazer e também ao Sensei Armando que, apenas podendo participar da parte da tarde (privado de transporte por um amigo do alheio), não deixou de participar.
Devo agora referir que, eventos organizados pela Kaizen, são unicamente da responsabilidade da Kaizen. Esta Associação é que decide quem deve convidar. Pessoas que se apresentam num evento organizado por uma Associação com a qual criaram "atritos" e "mal-estares", preparadas para treinar sem "dar cavaco" a ninguém deviam pensar melhor se este comportamento é compatível com a sua graduação e "estatuto". Como as acções ficam com quem as faz, não faço mais comentários, apenas lamento, pelo constrangimento que estas situações trazem, mais nada.
Organização excelente, Pavilhão excelente, Mestres excelentes... 
Mais uma vez a Kaizen mostrou que sabe o que faz. Mais uma vez tivemos karate de alto nível, proporcionando aos participantes, um fim de semana espectacular.
À organização nas pessoas de João Ramalho e Marco Cruz deixo aqui expressa a minha gratidão e admiração. Aos (grandes) Mestres que nos orientaram nos treinos, DOMO ARIGATO Senseis.
Venha o próximo.

sábado, 23 de junho de 2012

O Penetra...

Imaginem este quadro: Eu faço anos. Como estou com muito dinheiro e gosto de estar com amigos, organizo uma festa e convido-os todos. Como prezo muito a amizade deles resolvo falar com o Bono e perguntar-lhe se quer ir com os U2 fazer um concerto na minha festa. O Bono e eu somos unha com carne e ele nunca me negaria a sua participação - a sua unica condição é que haja caracóis e pipis acompanhados de muita cerveja. Respondo-lhe logo: Ó Bono, então não havia de haver?? Até vai haver uma sardinhada em tua honra, pá!.
E assim foi... aluguei o espaço, instalei os U2 e, com a chegada doa meus amigos, dei início à festa. 
Olhando em redor dou com um "penetra" na festa. "Aquele não é meu amigo..." - dei comigo a pensar. Olhando melhor verifico que o "penetra" era um indivíduo que outrora fora meu amigo mas que, a determinada altura me tinha faltado ao respeito forçando-me a cortar relações com ele. "É preciso ter lata!" - pensei - "então este gajo não tem vergonha na cara?". 
Resolvido a pôr o indivíduo no seu lugar, interpelei-o: ""Olha lá pá! Quem é que te convidou para a minha festa? Resposta do indivíduo - Estão cá os U2 e eu, onde vão os U2 estou lá... sou grande fã!
Mas ó pá... esta é a MINHA festa de aniversário... os U2 são meus amigos e vieram à minha festa a MEU pedido, O que é que tu tens a ver com isso? - Resposta do tipo - "São os U2 meu... sou grande fã... isto é um espectáculo público! Onde vão os U2 estou lá!.
Olha que não, meu! - respondi - Tu não foste convidado e a festa é minha... assim sendo põe-te a milhas. Contrariado o "penetra" lá se foi, cabisbaixo.
É preciso ter lata, então este gajo diz mal de mim a toda a gente e agora quer ver os U2 na minha festa? - pensei. Determinado a não deixar este episódio estragar a festa, pus logo a história para trás das costas.
Depois da saída do "penetra" a festa decorreu de forma espectacular. Os U2 fizeram um concerto memorável e foi, sem dúvida nenhuma, um dos meus melhores aniversários...

Esta foi uma história para vos entreter um pouco. Amanhã faço o relato do nosso Gasshuku. Não tivemos lá o Bono nem os U2 mas foi muito bom. 

Adeus e até breve!


domingo, 20 de maio de 2012

Esta foi uma demonstração, a convite do Mestre António Duarte - responsável pela classe de KickBoxing do Real Sport Clube - na 1ª Gala de KickBoxing que decorreu na Escola Secundária Stuart de Carvalhais.

Com muito pouco tempo de ensaio (cerca de 2 aulas) esta demonstração correu muito bem, tendo o desempenho de todos sido muito bom.

Apesar de prevista para as 21.45 horas, iniciou-se perto da meia noite. A espera foi cansativa mas, no fim, correu bem.


A filmagem esteve a cargo da mãe do Ricardo Ribeiro a quem agradeço. 

terça-feira, 15 de maio de 2012

A verdade... nua e crua!

Caros leitores deste "espaço de ideias". Ao "passear" pelas ruas movimentadas do conhecido Facebook, que, quer queiramos quer não, é uma "montra" de ideias e ideais, dei de caras com um "link", postado pelo Sensei Paul Coleman que vale a pena ler.
Este artigo foi escrito pelo Sensei Steve Rowe sobre o "poder" das graduações e a sua relação entre aluno/treinador.
Por ir de encontro às minhas maiores convicções e por corresponder INTEGRALMENTE à ideia que tenho sobre o assunto, não pude deixar de vos sugerir a sua leitura.
Cabe-me aqui referir que não conheço (nem bem nem mal), o autor deste artigo. Desconheço as suas competências mas abraço e assumo como coincidentes com as minhas, as suas ideias  expressas neste magnífico artigo.
Já por várias vezes aqui referi este assunto e é gratificante ver neste texto, a confirmação daquilo que entendo ser "a verdade".

Leiam, apreciem, reflictam e comentem, se o desejarem...

Saudações de um "ronin" alentejano...

domingo, 13 de maio de 2012

Aprender...

Ao abraçar a vida de karateka tenho tido uma vida repleta de experiências:

Conquistei vitórias...
Assumi derrotas...
Cultivei amigos...
Ganhei inimigos...
Consolidei relações...
Conheci diferenças...
Reconheci semelhanças...
Apanhei decepções
Aprendi com jovens e com os menos jovens...
A eles ensinei também...
Admiro a diversidade...
Contorno a adversidade...
Continuo não com a mesma energia mas com mais alguma sabedoria...

Assim tenho conseguido viver, sobreviver e continuar a aprender... com trabalho, e o apoio de um grupo fantástico de amigos que comigo trilham o caminho.

A todos os que, de alguma forma, contribuem para que eu seja melhor pessoa e melhor karateka, manifesto o meu sincero agradecimento... pela amizade e pelo apoio dado ao longo dos anos.

De uma longa lista, destaco os mais antigos, não esquecendo nunca os mais recentes:

João Ramalho, Marco Cruz, Jorge Quaresma, Nuno Santos, Armando Inocentes, Jorge Peixoto, Leonardo Pereira, Carlos Pereira, Fernando Santos; Gonçalo e Pedro Damas, Jorge Viana.

Que a vida nos continue a juntar no mesmo espírito de partilha e amizade! 

Bem Hajam.





terça-feira, 8 de maio de 2012

Kata infantil... é possível?



É mesmo possível ensinar Kata a crianças de modo a que ela seja executada correctamente? 
Sem querer parecer tendencioso no que respeita ao "conflito" velha escola vs. nova escola, acredito que sim. 
As novas tendências sobre o ensino do karate acreditam que é prematuro ensinar kata às crianças de tenra idade. Não é sequer, produtivo, indicam elas. Fruto da mistura Educação Física/ Arte Marcial, estes conceitos inovadores têm a suportá-los, estudos científicos na área, que respeito e aceito, mas com algumas condições - O Karate não é (só) educação física. É uma disciplina complexa, com códigos próprios, que se rege por regras incontornáveis - A sua origem, a sua etiqueta, o seu sistema de graduações, entre outros.
Não quero que entendam com este comentário, que me oponho à aplicação dos novos conceitos de treino onde se inclui o trabalho de coordenação motora e velocidade, associados a tarefas de carácter lúdico. Eu próprio as utilizo porque as acho fundamentais. Ao que eu me oponho é à exclusividade deste tipo de treino. Não consigo entender porque é tão difícil ou contraproducente, ensinar kata (de forma correcta) às crianças - Kata é coordenação, Kata é disciplina, Kata é equilíbrio, Kata é trabalho mental - não são estes elementos essenciais à formação dos jovens? O Karate não assenta como base no trabalho de Kata? Não é karate o que fazemos? Então qual é a dificuldade? Dá trabalho? Claro que sim. Exige muito tempo de correcção? Claro que sim.
Sem querer estabelecer paralelismos com o Japão porque tal não é possível por razões de ordem cultural, o vídeo que apresento aqui é o exemplo de Kata executado por crianças de tenra idade (quem me dera que alguns adultos que treinam comigo a executassem assim!).
A coordenação e a concentração exibidas por estes (muito) jovens praticantes é assombrosa. Só no Japão? Talvez. Mas podemos aproximar-nos disto. Com muito trabalho, sim, mas é possível.
Existem muitos karatekas licenciados em Educação Física, o que é bom. Alguns dos erros graves, dos quais ainda existem hoje "vítimas", deixaram de se cometer. Os conhecimentos sobre a fisiologia, motricidade e até, psicologia do desporto vieram trazer ao treino de karate, mais valias que permitem hoje, treinar-se mais correctamente produzindo muito bons resultados. 
Contudo não devemos esquecer que a vertente desportiva do karate é muito mais recente que a sua componente "marcial" (embora não goste muito deste termo).
Os Karatekas que nós veneramos hoje não fazem treinos segundo as "regras da educação física" - fazem-no como o faziam quem lhes ensinou. E nós seguimo-los fascinados mas depois, temos dificuldade em aceitar esse regime de treino nos nossos Dojos. Há aqui uma enorme contradição.
O Sensei Higaonna, O Sensei Taira, O Sensei Onaga, entre outros, certamente acreditam num tipo de treino que assenta em bases ancestrais e com o qual atingiram o nível que lhes conhecemos. 
Quando comecei a treinar, as aulas eram muito duras do ponto de vista físico. Não raras vezes se chegava a casa cheio de nódoas negras e umas ou outra escoriação - isso é impensável hoje em dia! - Não estou a afirmar que estava 100% correcto, mas que se obtinham resultados diferentes, é verdade. Muitos do karatekas de "topo" surgiram dessa escola. 
Karate não é só educação física - tenhamos consciência disto! Karate é uma disciplina completa e complexa, que envolve uma grande componente física. Aprendemos agora que, a disciplina aliada a bons conhecimentos de educação física são a receita para uma boa base de aprendizagem... 
Olhando para os jovens karatekas do vídeo podemos pensar: como se consegue um resultado destes? Também não sei responder mas acredito numa coisa... com muito trabalho, disciplina, tempo e paciência. Quantos de nós, com o tipo de vida que levamos, consegue conciliar e reunir estas condições? Pois é... temos muitos alunos e pouco tempo. É lixado!
Um bom dia a todos!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Cintos, Faixas, Kyus e Dans...

As graduações... sempre as graduações. Ai de nós se não levamos os alunos a exame. Que raio de instrutor é que está mais de 3 ou 4 meses sem levar o aluno a exame? O que é que os putos andam lá a fazer? O meu filho já treina há mais de 6 meses sem fazer exame e ali no Dojo ao lado, já fizeram 2. 
Qual é o instrutor que ainda não ouviu isto? Dos miúdos?... sim, alguns questionam-se sobre isto, mas de alguns pais, sim, com demasiada frequência. 
Há tempos tive a "grata" surpresa de ser confrontado com uma mãe que estava muito "decepcionada" comigo (para usar as suas próprias palavras) porque tinha levado alguns alunos a exame antes do seu filho que já lá andava há mais tempo. "Andava" era mesmo o termo porque o miúdo (provavelmente sem ser sua culpa) treinava de modo intermitente - aparecia um dia, faltava dois. Respondi-lhe que a decepção era minha pela sua atitude porque o miúdo não tinha a frequência de aulas necessária para a subida de graduação e que, em última análise, essa decisão, por carecer de conhecimento técnico, cabia-me a mim.
Claro está... nunca mais vi o miúdo. Já falei neste assunto em outros posts mas continuo a achar que as graduações são mais para os pais do que para os alunos. 
As graduações são assim tão importantes? Não interessa muito mais o que se aprende? Não é esse o objectivo, ou são as "faixas coloridas"? 
Não coloquem essa pressão nos miúdos...  deixem-nos treinar porque as graduações aparecem naturalmente, mas se demorarem... questionem-se honestamente porquê. 
Um cinto é apenas pano... o que conta é o que se aprende e isso, não se traz à cintura.

Boa semana a todos!

sábado, 28 de abril de 2012

III Taça Kaizen - Balanço final



Pavilhão Municipal de Casal de Cambra, 28 de abril... III Taça Kaizen. A oportunidade de vermos em prestação de prova, vários karatekas, de várias idades, em várias provas, de vários Dojos.
Muita criançada em alarido constante que só acalmava (ou não) quando prestava provas. Eu fiquei com a prova de kata que é onde me sinto mais à vontade. Algumas das provas tiveram o poder de revelar o nervosismo e a dificuldade em "fechar a mente" deixando a kata fluir. Mesmo as katas bem treinadas, por vezes, são impedidas de ganhar por imprecisões ou até esquecimento do seu esquema, fruto dos nervos e da pressão gerada por uma sala cheia de gente a observar e um painel de arbitragem a avaliar. Mas é mesmo assim, um karateka tem de aprender a abstraír-se do resto e a deixar a kata manifestar-se. 
Depois de observar atentamente os desempenhos, chego à conclusão que é de grande importância os instrutores reunirem-se em treino de vez em quando, tentando chegar a algum consenso no que diz respeito a interpretações de movimentos da kata. 
O saldo acho que foi muito positivo. Os jovens karatekas souberam enriquecer o evento com as suas prestações. É bonito ver os jovens cumprindo o ritual da saudação sempre que começam e acabam a prova, começando pelo adversário. Isto é o que o karate representa - o respeito primeiro. Não houve um único participante no meu tatami que não cumprisse o ritual da saudação - bonito.
Foi também uma oportunidade de estar novamente entre amigos e colegas de "luta" - Armando Inocentes, Leonardo Pereira, Nelson Gomes, Nuno Santos, Rui Catarrinha, Marco Cruz e Jorge Quaresma, Joana Perdiz, entre outros...
Foi um dia agradável. Algo cansativo mas agradável e motivador. A nossa "descendência" no karate sabe honrar a "camisola".
A organização está de parabéns. Correu tudo bem. Alguma falha que possa ter ocorrido é desculpável devido à confusão natural nestas alturas.
O nosso Real esteve em grande com muitos medalhados, como de costume. 
Parabéns a todos!!!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

25 de Abril...sempre?


Quando se deu o 25 de Abril eu era um jovem de 15 anos. A ditadura, para mim, era algo que impedia as pessoas de manifestarem o seu livre pensamento e a PIDE (polícia política do antigo regime), estava em "todas as esquinas" à espreita e a escutar, pronta a agarrar aquele que se atrevesse a dizer mal do sistema.
Apanhei pouco de Salazar... os chefes de Estado eram o Prof. Marcelo Caetano e Américo Tomás. A guerra do Ultramar ceifava vidas e destruía outras reclamando para si o jovem fôlego da Nação. Prosperidade? Não, não havia. A vida era difícil. Havia, isso sim, emprego. Quem estivesse disposto a trabalhar tinha sempre forma de o fazer. Os salários eram magros mas era o que havia, e tinha de dar para as despesas.
Hoje, passados 38 anos, há quem faça comparações. No tempo do Salazar é que era! Isto tinha ordem. O País tinha dinheiro.
Não há comparações sequer, a fazer. O nível de vida que hoje temos não é sequer uma sombra do que tínhamos. A tecnologia resumia-se à rádio e à TV a preto e branco com apenas 2 canais. Vivíamos na nossa "ilha" contentes com o que tínhamos porque não sabíamos nem podíamos saber, que se podia viver melhor se não estivéssemos oprimidos.
Deu-se o 25 de Abril. Contentamento geral e euforia. Somos livres! Podemos falar à vontade. Os "heróis de Abril" eram verdadeiras estrelas de cinema. O cravo vermelho assumiu-se como símbolo de uma liberdade conquistada sem derramamento de sangue. Durante os primeiros anos que se seguiram, em nome dessa liberdade, foram despojados do que tinham, pessoas que o mereciam e pessoas que não o mereciam. A "liberdade" assumiu assim, uma face de terror. Expropriações de terras (ocupações) empobreceram uns para enriquecer outros. A liberdade mudou de mãos - só isso. Podíamos falar. Palavras como "povo", "liberdade" e "democracia" enchiam as bocas de todos. Pessoas que optaram por viver no ultramar e os seus descendentes lá nascidos mas portugueses, foram recebidos no seu país quase como criminosos e alojados em "ghetos", passando a ostentar o nobre título de "retornados". Eram pessoas como nós que apenas optaram por viver noutro lugar da mesma Nação, ajudando Portugal a estabelecer territórios longe do continente europeu, mas nós quase lhes virámos as costas. 
A classe política estava no topo. Exilados políticos puderam regressar e viram-se transformados em heróis. Agarrados a esse heroísmo, depressa se encaixaram nos diversos governos e fizeram riquezas. A abertura de Portugal ao mundo trouxe-nos outros conceitos, outras tecnologias, outras formas de pensar - mas Portugal ainda não a queria. A liberdade ainda estava a ser saboreada. Não nos apercebemos que, escondida atrás da máscara da proteção, outras polícias nasciam... na sombra. Os políticos e militares sabiam da fragilidade de liberdade agora conquistada. Daí até ao completo domínio por uma classe política corrupta e imoral, foi um passo. 
38 anos depois o cenário é de devastação. Devastação mental e moral. Os princípios do respeito morreram. A tão almejada liberdade foi "contida". Pode-se falar, sim senhor. Pode-se até denunciar uma ou duas ilegalidades mas o resultado é um desmentido público com maior alarido ilibando o corrupto e denegrindo a imagem daquele que denunciou o acto.
É verdade que agora, o contexto europeu é mais abrangente e dominador. Os políticos são agora os "nossos" e ou "outros". Apoiam-se e coordenam-se de forma a oprimir mais para proteger os seus interesses. Os bancos são agora a sua fortaleza - a proteger a todo o custo.
Os sucessivos governos têm vindo a descer de nível arrumando a moral e o respeito numa velha caixa no sótão com a ideia de nunca mais a abrir. E nós o que fazemos? Concordamos e aplaudimos. "Somos um povo sem tradição de conflito" dizem eles. Portugal sabe perceber que é necessário ser "apertado" - para nos manterem quietos, em rebanho, mas dentro do redil. E nós ficamos. Quietos. Com a expressão apática que é comum ao gado que vai para o abate. E vamos deixando que nos abatam. 
A revolução dos cravos é, agora uma história que contamos aos nossos netos como se não tivesse acontecido aqui. Algumas realidades transformam-se em histórias mas algumas histórias acabam em realidade.
Portugal está à beira da aniquilação económica. A soberania portuguesa há muito que morreu e com ela, a nossa possibilidade de se desenvolver. Fomos vendidos por um governo que não sabe nem quer lidar com o elevado nível de corrupção porque ela, a corrupção, está em roda a parte. A diferença é que pode vir nos jornais - estamos em liberdade - mas nada acontece quando é posta a nu. A denuncia da corrupção é ignorada - comentada com horror, sim - mas esquecida quase imediatamente. É este o nosso "nobre povo". Somos nós.
Hoje celebra-se o 25 de Abril - o primeiro que vai ter algumas "ausências" na sua comemoração. Militares e ex-políticos recusam-se a participar nas comemoração do 25 de Abril por não concordarem com a política do actual governo - Hipocrisia! Também alguns deles consentiram e até promoveram esta situação. Enriqueceram obscenamente com o regime que criaram enquanto nós, batemos palmas e corremos para eles em época de eleições, estupidificados com a sua "nobreza de carácter". 
Acreditar na recuperação deste país é de uma ingenuidade extrema. A soberania portuguesa já não existe. Estamos enfiados numa Europa podre onde o capital grita sobre as nossas cabeças e onde os políticos se unem em consenso para proteger os seus interesse económicos, aniquilando os povos e alienando a sua riqueza.
Há quem acredita que é necessário um "novo 25 de Abril" para endireitar o país. Não sei se acredite nisto, o que acredito é que alguma coisa tem de ser feita e depressa - mas desta vez... talvez não haja espaço para uma revolução de cravos. 
Querem saber do que falo? Leiam ou releiam "O Triunfo dos Porcos" de George Orwell.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Percepção...

Encontro-me, neste momento, a desenvolver o meu estudo pessoal da kata. Sendo, a meu ver, a essência e a sublimação da técnica, a kata contém todos os ingredientes para um trabalho diversificado, podendo ser inserido no trabalho de kumite básico e avançado.
Trabalhando em conjunto com o meu amigo João Ramalho temos tido a percepção "multi-aplicável" do trabalho de kata. Desde a percepção do movimento à percepção das suas múltiplas aplicações e interpretações, trabalhar kata é essencial para uma boa compreensão da técnica.
Com o avançar dos anos, tenho vindo a trabalhar a precisão do movimento e a desenvolver "aqueles pormenores" que fazem a diferença entre a beleza estética do movimento e a sua real eficácia - bom posicionamento de pernas, equilíbrio estável e transferência da energia no momento do impacto. 
Executar Kata é, acima de tudo, equiparmo-nos com um grande arsenal técnico e mostrar aos outros e a nós próprios, o que podemos fazer com ele.
Em tempos, um dos meus alunos questionou-me, algo baralhado, sobre a aplicação "base" de uma determinada Kata visto ter visto e até praticado comigo, muitas variantes. Respondi-lhe que é tempo de nos desvincularmos da ideia de apenas uma ou duas aplicações (base ou não base), e dedicarmos algum do nosso tempo a tentar perceber a finalidade de todas e, acima de tudo, a aplicabilidade delas em situações de combate com pessoas de várias estaturas.
Se, num exame, um aluno me "presentear" com uma bunkai diferente daquelas que lhe ensinei, porque é que não hei-de aceitá-la desde que seja credível e inequivocamente eficaz? O aluno ao fazer isto está a mostrar ao instrutor que adquiriu uma boa capacidade de desenvolvimento pessoal das técnicas e que reconheceu na kata a qualidade de ponto de partida para um trabalho infinito de possibilidades.
Gosto de treinar Kata. Gosto de descobrir na Kata  novos conceitos. Trabalhei durante anos Kata em "formato estático", ou seja - preto ou branco! Agora... estou a descobrir as várias tonalidades de cinzento que estão escondidas e, acreditem, dá um enorme gozo.

Até breve

domingo, 22 de abril de 2012

Mais uma vez se cumpre o ritual - está aí a III Taça Kaizen de Karate Goju-Ryu. Com localização no Pavilhão de Casal de Cambra, este evento desportivo vai ter as componentes de prova:

Kata
Kumite
Pré-Kumite
Percurso Físico
Percurso Técnico

As 3 ultimas provas vocacionadas para os escalões mais baixos. 
Nós estaremos lá com a nossa "rapaziada" participando activamente.

Feita a postagem anterior que urgia, cabe-me aqui um esclarecimento relativamente ao "abandono" aparente deste humilde blog. Alterações (deveria dizer, complicações) a nível profissional têm-me tirado o tempo e a paciência necessários para a manutenção deste espaço. Não é por não ter nada para dizer, porque isso arranja-se - é tudo o resto.
Prometo dedicar um pouco mais de atenção e tempo a este blog. Ele merece.

Até sempre! 



domingo, 4 de março de 2012

Treino de Praia - Ericeira

Pensei em organizar um treino de praia com o "meu pessoal". Depois pensei... e se convidasse o meu amigo João Ramalho? E depois pensei... e se fosse na Ericeira, visto que o Dojo do Sensei João é por lá? E assim foi... Ele concordou imediatamente e marcou-se o treino para hoje, Domingo, dia 4 de Março. Chove? Não chove? Uns diziam que sim, outros diziam que sim mas só da parte da tarde, outros ainda que não... não chovia. Felizmente acertaram estes últimos. O dia esteve espectacular. Sol no início da manhã, um pouco nublado a meio da manhã, mas sempre uma temperatura espectacular. Eu pensava que ia pouca gente, tanto mais que não tive grande receptividade lá no Dojo, mas não... o pessoal apareceu e fez-se um treino muito bom. convidei, como de costume, o meu amigo Fernando Santos que acedeu de imediato em participar, levando com ele a simpática família. Tivemos também o Sensei Nelson Gomes e o Miguel Castelo, que se juntaram a nós naquele excelente treino-convívio. Trabalhámos essencialmente Kata e aplicações e foi muito bom. A receptividade da malta foi tanta que nem demos pelo passar das horas. Alguns dos pais dos alunos mais jovens fizeram, comigo, uma pequena aula de defesa pessoal onde nos divertimos imenso. Levámos o almoço (Ah pois!) e, no final, sentados no belo areal da Praia dos Pescadores, merendámos todos juntos.
Foi uma manhã muito bem passada onde todos treinámos mas essencialmente, nos divertimos. Os miúdos estavam felizes da vida e nós também. Foi um Domingo diferente, e agradável.
O S. Pedro também deu o seu apoio à Kaizen mantendo a chuva afastada dali. Para ele, os meus agradecimentos... sem o seu contributo teria sido complicado. Mais uma iniciativa da Kaizen com o apoio até dos santos!.
Obrigado a todos os que participaram e, especialmente aos pais que dispuseram da sua manhã de Domingo, prescindindo do seu merecido descanso, para se juntarem a nós.
Foi, de facto, muito mas muito bom! 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Estágio de Inverno Kaizen - 2012




Foi magnífico.
Cerca de 160 participantes de todas as idades e graduações reuniram-se no Pavilhão do Alto do Moinho em Corroios, para participar no Estágio de Inverno Kaizen 2012. 
Sábado frio mas ensolarado. Dia cheio e intenso. 
Um vasto painel de instrutores composto por - Armando Inocentes, Leonardo Pereira, Nelson Pinto, João Ramalho, Marco Cruz, Jorge Quaresma, José Ramalho, Nuno Santos, Jorge Peixoto entre outros, dividiu-se entre treinos de Kihon, Kata e Kumite, passando por Karate infantil e a arte "convidada" Farang Mu Sul.
Há muito tempo que não se via um estágio com esta dimensão. Diversificado, intenso e dinâmico. Todos estiveram à altura do evento. 
A Kaizen no seu melhor. 
Melhor seria difícil...e foi bonito...muito bonito.

Nunca é demais referir que os estágios são isto mesmo, a oportunidade de ensinar e de aprender. Só é produtivo e só tem razão de ser, se for assim. E foi assim. A todos os que participaram e a todos os familiares que apoiaram, os nossos sinceros agradecimentos.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Mente e corpo...

Tu praticas Karate. Há alguns anos. Começaste por pura brincadeira… “ vou experimentar… preciso de fazer exercício”, dizias tu.  Ao fim de alguns meses já sabias que o exercício era apenas uma das satisfações que tiravas da prática desta nobre arte. Mas era mais. Muito mais. Acabas por perceber que o karate te está a transformar. Ao fim de alguns anos já não és o mesmo. Estás transformado num ser com uma mente mais aberta e receptiva. Sabes que, para dominar uma técnica tens de praticar afincadamente… todos os dias… física e mentalmente. Descobres que o teu cérebro tem sempre presente “a arte”. Dás contigo a fazer movimentos das katas com as mãos… as pessoas olham-te curiosas e só aí te dás conta que estás a treinar… com a mente em pleno contacto com o karate. Quando podes andar, corres e ao correr desafias-te a ti próprio. As graduações sucedem-se sem te dares conta. Começaram por ser uma das tuas metas mas já não são… assumes que as graduações estabelecidas por ti são aquelas conquistadas com a aquisição de uma nova técnica ou com o aperfeiçoamento de uma outra, mais “teimosa”. Estás agora num momento da tua vida em que observas os mestres com uma visão mais apurada… tentas perceber onde está o ingrediente que torna o mestre naquilo que ele é para ti: perfeito. E anseias por lá chegar mas tens consciência do tempo e acalmas a tua ânsia. Paciência foi outra das tuas conquistas, porque sabes que o tempo é que vai consolidar a tua arte. O movimento desajeitado que iniciaste e que agora te dá prazer executar é como se o teu corpo obedecesse agora a uma força exterior. A acção… a reacção… a rapidez de execução e a técnica fluida são agora os teus mestres. Tens de treinar…sabes que tens. Sabes que só assim evoluis. Observas agora os mais jovens que anseiam aprender. Reconheces neles o teu ímpeto e a tua ânsia, agora acalmados pela experiência e pelo treino mental. Lembras-te com alguma saudade do tempo em que, como uma esponja, absorvias tudo o que vias e ouvias para poderes avançar rapidamente. Contudo tens agora a satisfação de constatar que amadureceste e que o tempo, agora, não significa o mesmo que para aqueles jovens. Olhas os seus rostos risonhos quando lhes colocas à cintura o símbolo de mais uma graduação… e sorris. Lembras-te da tua própria satisfação quando ultrapassaste um obstáculo e o teu mestre te considerou apto para a graduação seguinte. Isso agora não importa. O sistema precisa das graduações…tu não. Graduas-te todos os dias quando um aluno te faz uma pergunta para a qual não encontras resposta imediata, e te obriga a investigar. Graduas-te também quando um aluno teu é reconhecido pela sua postura e pela sua técnica. Graduas-te quando um aluno que se inicia criança, continua contigo como adulto. E a Arte? Essa está sempre contigo. Sempre! Quando estás sozinho e, mentalmente organizas os treinos. Quando percebes e reconheces a tua insignificância no percurso do karate. E admiras a reciprocidade que existe na prática: Quando dás o teu máximo, recebes o teu máximo… pode demorar… mas chegarás lá, e quando chegares, a satisfação que recebes é a recompensa máxima. Não existe arte mais honesta na recompensa pessoal… não para ti.
Vives para o Karate… não vives do karate nem no karate. Para estes dois últimos, a arte não existe. Estás agora a fluir no “Do”. Não te preocupas com o tempo nem com os pequenos fracassos que outrora te perturbavam. Sabes agora que a persistência é o caminho e aprendeste a contornar obstáculos desenvolvendo o teu próprio trabalho, consolidado pela tua “teimosia”. Percebes agora que passaram mais de vinte anos. Lembras-te do teu início. Vês  nos teus alunos a tua irreverência e a tua impaciência, e sentes-te grato. Dizes-lhes que devem ter paciência, e treinar. Que devem questionar. Que devem inovar. Que devem elevar todos os valores que caracterizam o homem integro e que devem preservar os valores da Arte. Dizes-lhes também que o tempo os recompensará… porque sabes que sim, é verdade. Eles ainda não o percebem mas se forem afortunados como tu as portas do conhecimento abrir-se-ão mas o caminho que revelam… é longo. E vem-te à memória aquilo que disseste quando te iniciaste: “vou experimentar…preciso fazer exercício” e chegas à conclusão o exercício é afinal agora… a tua vida. E sentes-te grato. Reconheces que és agora uma pessoa completamente diferente…evoluída. A tua mente é viva e o teu corpo recusa a consciência da idade que agora ostentas. Reconheces nesta característica mais uma recompensa do treino, e sentes-te novamente…grato. Percebes também agora, que pertences a um grupo de amigos que partilham a tua paixão e que fazem parte de ti. E não te dás conta da forma vibrante como conversas com eles sobre o karate. – História e histórias fazem agora parte da tua vida e desenrolam-se na tua mente como um filme cheio de personagens, onde também, como no cinema, há bons e maus. Mas consegues reconhecer que os maus também deixaram marca na tua personalidade e nem sempre foi negativa. E percebes que o equilíbrio é isto mesmo. E reconheces honestamente que foste “construído” com essa matéria. E percebes que aquilo a que alguns chamam destino é afinal, um conjunto de episódios que se somam e se aglutinam formando aquilo que és. A tua vida é isso. E se o desejares e te comprometeres contigo próprio farás da tua vida o que quiseres. Terás obstáculos certamente mas não os tiveste já? E não os ultrapassaste? São quase trinta anos agora. Tentas olhar para trás mas não vês já o que vias. Vês um caminho longo, já percorrido, com montanhas e vales mas dás contigo a olhar agora para a frente. O caminho é igualmente longo e tortuoso. E não te preocupas com a idade. Avanças com a mesma ânsia controlada que te conduziu até aqui. A tua mente continua activamente receptiva e guardas a informação que recebes no teu treino, agora bem catalogada e armazenada, porque sabes que precisas de a encontrar quando fizeres o teu próprio trabalho. Adquiriste a capacidade de “criar” mas não queres guardar a tua criação só para ti. Partilhas com alunos e com outros karatekas e apercebes-te que eles estão a fazer o mesmo… e sorris. Sorris porque percebes agora que o karate é um ser vivo alimentado pelo nosso treino, que se expande e desenvolve cativando novas mentes. E percebes que a paixão pela Arte é a mesma que tinhas à 10, 20 anos e admiras-te por isso. Não percebes que estás impregnado e que a tua vida é e será sempre Karate.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Que futuro?



Tenho andado afastado deste blog por algum tempo, não porque não tenha assunto, porque isso arranja-se, mas por falta de tempo. Isto de se terem duas actividades profissionais, não é nada fácil. Enfim. Temos de nos adaptar. Começando um novo ano, cabe aqui deixar uma reflexão. Com o agravamento da crise que se avizinha, qual o futuro do karate em Portugal? Em conversa com alguns treinadores tem vindo "à baila" este tema que causa alguma apreensão justificada pela antevisão do panorama nacional. Quase todos com quem tenho falado me confidenciam que sofreram redução no número de alunos, alguns até dos mais antigos. É fácil perceber... quando se tem de cortar em alguma coisa corta-se naquilo que é, na visão da maioria, dispensável. É discutível se a prática desportiva, seja ela qual for, é dispensável, mas há que compreender este tipo de decisões. Isto está mau - é a "frase" do dia - não podemos chegar a tudo. Não é possível. 
O futuro deste país é uma incógnita com contornos negros. A chamada luz ao fundo do túnel parece não existir porque nem o túnel se vislumbra. É verdade que vêm aí tempos difíceis onde a solidariedade e a compreensão vão ser os requisitos mais  necessários tendo em conta o número elevado de desempregados que existe e a sua tendência para aumentar.
Somos  portugueses e este povo é conhecido pela sua capacidade de "dar a volta por cima". Já tivemos outras crises das quais saímos, fortes e empenhados. Esta é uma crise diferente, dizem muitos, mais grave. Sem dúvida que é. Não vai ser fácil e vai depender do empenhamento de todos, mas vai ser possível, acredito. Os efeitos colaterais desta crise vão ser, a meu ver, a perda definitiva de direitos que se levaram anos a adquirir e o empobrecimento acelerado que a população vai sofrer. Vamos ter de aprender com isto. Somos um povo corajoso mas também algo negligente. As coisas chegaram ao ponto em que estão não por culpa única dos sucessivos governos que foram incapazes de nos governar honestamente, mas por nossa culpa também. Todos tivemos culpa. Todos. A nossa mentalidade tem de mudar. A nossa atitude tem de mudar. A mentalidade dos trabalhadores tem de mudar no sentido de trabalhar melhor, não é mais, é melhor. A mentalidade dos empregadores tem de mudar - perceber que a dinâmica das empresas está na sua força de trabalho aliada à tecnologia. São as pessoas que fazem uma Nação. São as pessoas que movem ideias e que conduzem revoluções. São as pessoas que fazem os países evoluir. Temos de consertar aquilo que estragámos, e rapidamente. As novas gerações têm essa responsabilidade acrescida - fazer Portugal mudar. Nas empresas quem trabalha sem olhar a horas de entrada ou saída, é "graxista". Não se entende que o trabalho de uns depende do trabalho de outros e que, deixando tarefas a meio se impedem outros de começar as suas - isto implica perda de tempo e de recursos. Os empregadores têm de saber recompensar aqueles que se esforçam criando neles a motivação para se esforçarem mais. Acredito na reciprocidade - quem mais trabalha deve ser melhor recompensado. Isto cria motivação e "empurra" os outros a fazer o mesmo. As empresas estão mal muitas das vezes por culpa de quem nelas trabalha e quem as gere por falta de cooperação entre trabalhadores e empregadores. 
A nossa mentalidade tem de mudar e vamos mudar. Porque não pode ser de outra forma. Porque não há outra solução. Porque precisamos de deixar herança para os nossos filhos. Porque precisamos de voltar a sentir orgulho no povo que somos. Somo portugueses, aquele povo que não se amedrontou com as tormentas e rasgou os mares em busca de novos mundos. Somos o povo que empresta ao mundo algumas das melhores mentes que existem. Somos o povo que enriqueceu o mundo com as suas artes e o seu saber. Somos o povo responsável por tornar a sua língua falada num grande pedaço do mundo.
Vamos dar a volta - por cima - para mostrarmos quem somos, mas temos de "baixar a crista" e perceber que temos de mudar. Temos de, com verdadeira humildade, perceber que falhámos - todos sem excepção - e que temos de reparar os estragos. Temos de ter a força suficiente para fazer os nossos governantes desempenharem com honestidade e correção a tarefa para a qual os elegemos.  
Eu não estou disposto a abdicar daquilo que sempre me motivou a seguir em frente - um futuro estável e promissor.